Evento virtual inédito vai reunir dezenas de categorias e entidades da América Latina para valorizar o que é público e organizar ações sindicais contra as privatizações

Encontro Internacional1Um encontro histórico entre representantes de trabalhadores de empresas e serviços públicos de países latino-americanos, entre eles o Brasil, acontece no próximo dia 7 de outubro. É o 1º Encontro Internacional em Defesa das Empresas e Serviços Públicos - Fórum das Américas em Defesa dos Empregos, Empresas e Serviços Públicos de Qualidade, que integra as celebrações do Dia Internacional do Trabalho Decente e do Dia Continental para a Democracia e Contra o Neoliberalismo, e foi organizado por várias entidades, entre as quais a UNI Américas e o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.

“É uma oportunidade ímpar com o propósito de organizar e globalizar o debate sobre o papel do Estado e a importância dos serviços e empresas públicas, para garantir cidadania à população, em especial neste momento de pandemia, quando torna-se ainda mais fundamental a ação dos sindicatos e das entidades na busca por melhores condições de vida e de trabalho”, afirma a coordenadora do Comitê e representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano. A boa expectativa com a iniciativa inédita é compartilhada por Márcio Monzane, secretário regional da UNI Américas, entidade integrante da Uni Global Union, que reúne diversas categorias profissionais em 150 países e todas as regiões do mundo – no caso específico da UNI Américas são representados 14 setores de atividade econômica. “Este é o primeiro encontro em que o conjunto do movimento sindical da América Latina faz um chamado público para a importância de defender o que é de todos. Espero que a partir de outubro avancemos em um processo de conscientização e trabalho com agenda comum em todos os países”, aponta.

Por conta da pandemia de covid-19 o encontro será virtual, com transmissão cruzada por várias entidades (entre elas o comitê) e início às 11h (horário do Brasil). Com a frase “O Público em Mãos Públicas” o evento pretende não apenas organizar os sindicatos, mas também denunciar globalmente os malefícios das privatizações, que resultam em demissões, serviços de pior qualidade e preços mais altos para a população. Além disso, esclarecer que empresas e os serviços públicos são essenciais também porque formam Estados mais democráticos, com acesso igualitário a todos os seus cidadãos, pois o que é privado não prioriza os mais pobres e vulneráveis e, inclusive, as privatizações falharam em muitos países, que hoje promovem reestatizações.

Entre as pautas do encontro estão, portanto, a elaboração de um novo contrato social com trabalho decente e acesso universal a bens e serviços públicos; um Estado democrático com orçamento público a serviço da sociedade e para a justiça fiscal e contra a privatização estatal e a captação corporativa de empresas públicas – afinal, se é público, é de todos. A programação inicial pode ser conferida abaixo, mas para participar é preciso fazer a inscrição rapidamente, pois as vagas são limitadas. Para tanto, acesse o link bit.ly/oPublicoemMaosPublicas ou faça a leitura no QR Code da imagem.

A programação deverá ser dividida em dois blocos, com a participação de representantes de sindicatos e entidades, entre os quais Rafael Freire, secretário-geral do Central Sindical das Américas, em nome do Conselho Global da União das Américas; Daniel Chávez (TNI); Susana Ruiz Rodríguez (Oxfam); Edwin Palma (USO-Colômbia) e Rita Serrano, do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas. Também é prevista a participação de Maria Fernanda Coelho, ex-presidenta da Caixa Federal, e de Ernesto Murro, ex-ministro do Trabalho e Seguridade Social do Uruguai.

Os relatos de experiências sindicais deverão reunir variadas categorias. Além da UNI América e do Comitê participam da organização do encontro a IndustriALL Global Union (trabalhadores em mineração, energia e manufatura); ITF - Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes; BWI - Internacional dos Trabalhadores da Construção e Madeira; EI - Internacional da Educação, PSI – Internacional de Serviços Públicos, e a CSA, Confederação Sindical das Américas.