Por Rita Serrano
Há exatamente um ano, em 29 de maio de 2017, assumi como representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, dando início a uma gestão marcada por muitos desafios e atividades em defesa dos trabalhadores e da manutenção do caráter público da instituição. Foram dezenas de viagens pelo País, reuniões com colegas de todos os segmentos em diferentes locais de trabalho; debates em sindicatos, associações, espaços legislativos e no âmbito do CA.
A gestão começou já com as mudanças advindas do Estatuto das Estatais, aprovado sem a exigência de tornar a Caixa S/A mas ainda assim com muitas controvérsias, cujas consequências se fazem sentir. A grande ameaça, desde o início desse governo ilegítimo, em 2016, foi e continua sendo a da privatização. Entre 2014 e 2018 a Caixa perdeu 15 mil empregados por conta dos PDVEs. E o último ano não foi diferente, com redução de mão de obra, fechamento de áreas internas e retirada de direitos. Recentemente, foram anunciadas limitações nos planos de saúde e há risco à carreira. Apesar de tudo, temos resistido. Nessa minha primeira prestação de contas quero deixar claro que votei contra as investidas de precarização do banco.
Dentro das limitações impostas pelo cargo, denunciei e continuarei a denunciar esses ataques publicamente, em especial nos canais de comunicação criados para dialogar com os empregados. Atuar para todos e ampliar esses canais fez parte de minha plataforma e, acredito, venho cumprindo com êxito essa missão, assim como a da fiscalização para uma gestão sustentável.
Em meio às ações para manter a Caixa pública e garantir direitos, destaco também o lançamento de dois livros: ´Se é público, é para todos´, com capítulo dedicado a Caixa de minha autoria (como representante no CA e como coordenadora do comitê nacional em defesa das empresas públicas), e a publicação “Caixa, banco dos brasileiros”, com lançamento previsto para os próximos dias.
Temos pela frente mais um ano e, no meio do caminho, as eleições de outubro, fundamentais para definir o destino da Caixa como empresa pública. Apesar do cenário político conturbado, reitero que precisamos, acima de tudo, manter nossa união pela democracia, sem a qual nenhuma conquista será possível. Finalizo este balanço agradecendo a receptividade que sempre recebi nos tantos encontros já realizados nos locais de trabalho, acrescentando que meu mandato se faz com a participação de todos.
Vamos, juntos, prosseguir na defesa dos empregados e da Caixa, porque nunca é demais repetir: defender a Caixa é defender o Brasil.
Rita Serrano é representante dos empregados no CA da Caixa e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas. É mestra em Administração