Confira detalhes do documento que entreguei ao candidato Lula, com propostas para a CAIXA.
Em agosto, encontrei com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, entreguei propostas que elaborei sobre a CAIXA e uma pesquisa sobre reestatização e estatização de serviços públicos pelo mundo, publicada no livro “O futuro é público” – a obra é iniciativa do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, fórum que coordeno, e da FENAE. O objetivo é contribuir para o plano de governo do candidato.
No documento intitulado Uma nova Caixa para um novo Brasil, relatei os impactos das ações do atual governo sobre a CAIXA, que teve nos últimos anos resultados financeiros inflados, criados a partir da venda de ativos rentáveis da Empresa. Também apontei as necessidades urgentes de aprimoramento da governança e controle, diante dos recentes escândalos envolvendo dirigentes do banco em denúncias de assédio sexual e moral e, a mudança no modelo de gestão de pessoas que deve ter como paradigma, a humanização nas relações de trabalho.
Neste documento, a premissa principal é que a CAIXA se mantenha pública, íntegra e sustentável no futuro governo. Listei várias sugestões de projetos que o banco estatal poderá executar para apoiar a melhoria da qualidade de vida da população brasileira na reconstrução do Brasil.
A proposta contempla ações específicas distribuídas em três eixos, com uma agenda interna prioritária para enfrentamento de questões estruturais emergentes, quais sejam: I) Eixo Crescimento, Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura; II) Eixo Redução da Pobreza, Cidadania, Meio Ambiente e Cultura; e, III) Agenda Interna Prioritária: Modelo Organizacional, Modelo de Gestão, Pessoas e TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação.
Para a realização efetiva da Agenda Interna Prioritária proposta, serão necessárias alterações no seu planejamento estratégico, no modelo organizacional e de gestão, bem como investimentos na área de tecnologia da informação e ações na área de pessoas, de modo a induzir a melhoria do clima organizacional.
Já em relação ao conglomerado CAIXA, a proposta prevê que caberá uma reavaliação geral de sua operação e organização, bem como a verificação da conformidade e economicidade das operações realizadas.
Outra questão relevante que citei é a ampliação da carteira de crédito para retomar fatias de mercado perdidas pelo banco e democratizar o acesso ao crédito.
Acredito que diante de novos horizontes a Empresa poderá ter papel de destaque em uma agenda transformadora, contribuindo para a retomada do crescimento e desenvolvimento econômico, bem como para a inclusão social e redução das desigualdades, atuando como principal braço do governo no processo de distribuição de políticas públicas, cumprindo seu papel de fomento como banco público, e ainda, financiando, por meio de seu Fundo de Responsabilidade Socioambiental, ações que envolvam cidadania, cultura e meio ambiente.
Como agenda externa ao banco, mas com reflexos sobre ele, propus, a exemplo da experiência internacional, promover a melhoria da Lei das Estatais, com a ampliação do número de representantes eleitos pelos trabalhadores nos conselhos de administração das empresas públicas, com objetivo de ampliar a fiscalização e o controle social.
Lula reafirmou seu compromisso com a CAIXA Pública, ressaltando que já consta em seu plano de governo, a intenção de fortalecer os bancos públicos em sua missão de fomento ao desenvolvimento econômico, social e ambiental e na oferta de crédito a longo prazo e garantias em projetos estruturantes. Ele encaminhou as propostas para avaliação da sua coordenação de campanha.
Rita Serrano
Representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa
Coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.
Conselheira Fiscal Fenae.