Convenção Coletiva Nacional terá validade por dois anos

Resultadocampanhanacional0209A Campanha Nacional 2022 chegou ao fim. Bancários de todo Brasil aprovaram a proposta negociada pelo Comando Nacional com a FENABAN. Acordo prevê cláusulas econômicas e sociais. . 

A Convenção Coletiva, construída após dois meses e meio de duras negociações, tem validade para 2022 e 2023. Entre as cláusulas econômicas, a categoria terá reajuste de 8% nos salários, aumento de 10% nos vales alimentação (VA) e refeição (VR), além de um adicional de R $1.000,00 em vale alimentação, a ser creditado até outubro de 2022. A proposta também prevê reajuste de 13% para a parcela adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em 2022. 

Rita Serrano, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da CAIXA, entende que nunca houve negociação fácil. “É sempre um momento conflituoso entre os interesses dos bancos e bancários, sei bem como é, fiquei anos no movimento sindical atuando nesses processos. 

Para Rita, a proposta final tem correção salarial abaixo da inflação do período, e há uma tentativa de compensação com adicionais nos benefícios. “Obviamente que não é o ideal diante do estrondoso lucro do sistema financeiro, ocorre que o processo de negociação tem limites impostos pelos banqueiros e pelo governo federal, controlador dos bancos públicos.  Ir para além em alguns momentos é possível, mas depende de estratégia e mobilização”.

Conheça os avanços nas Cláusulas Sociais

Teletrabalho: a negociação de 2022 garantiu ajuda de custo e controle de jornada para todos os trabalhadores. O fornecimento e manutenção de equipamentos também está garantido. Profissionais que tenham filhos de até quatro anos, ou com deficiência terão prioridade para o teletrabalho e as bancárias vítimas de violência doméstica poderão escolher se preferem trabalhar em domicílio, ou nas dependências do banco.

Assédio sexual: Foi incorporado a CCT uma cláusula sobre assédio sexual que fará repúdio à esta prática nos bancos e os gestores e empregados passarão por treinamento para prevenção e esclarecimento sobre medidas caíveis.

Assédio moral e cobrança de metas: O tema será pautado na primeira reunião de negociação de 2023 dos bancos que têm comissões de empresa. Os bancos que não têm comissão de empresa devem realizar reunião específica com a representação dos trabalhadores para tratar do tema, a pedido do sindicato.

Segurança bancária: foi encaminhado a criação de um Grupo de Trabalho Bipartite Específico para avaliar os dados estatísticos relativos à segurança bancária, bem como a possibilidade de acordo acerca da adoção de dispositivos de segurança, além dos obrigatoriamente previstos no artigo 20, da Lei n° 7.102/1983.

ACT da CAIXA

Na mesa que debate o Acordo Coletivo de Trabalho da CAIXA foi garantido a manutenção da última ACT com a conservação de todos os direitos. 

A Comissão Executiva dos Empregados garantiu ainda a criação do GT de condições de trabalho, a partir de março de 2023, e de retomar as discussões sobre caixas, tesoureiros e avaliadores, com prazo para a resolução. 

Há previsão de possibilidade de ampliar o intervalo de refeição de 30 a 60 minutos para os empregados com jornada de seis horas. Também foi garantido o reajuste na indenização em caso de morte ou invalidez por assalto sinistro. O Saúde Caixa não estava na pauta da Campanha deste ano porque o acordo sobre o plano tem validade até 2023. 

Rita Serrano destacou que no caso específico da Caixa houveram avanços importantes como o acordo de teletrabalho e defende que outros temas entrem na pauta de negociações. “Penso que para os próximos rounds dessa luta por condições de trabalho dignas, que não acaba com assinatura de acordo, as entidades sindicais deveriam voltar a investir em assembleias e discussões presenciais. O virtual tem alcance ampliado, mas deixa muito a desejar no aprofundamento dos debates e na consciência de classe.