Data promove celebração de conquistas e reflexão sobre novos desafios da categoria

Diadobancario2808Celebramos em 28 de agosto o “Dia do Bancário”. A profissão que é considerada de respeito no Brasil, têm imposto diversos desafios para a categoria. A falta de contratações nos bancos públicos ou a alta rotatividade nos privados, as metas abusivas e em sua maioria inalcançáveis, além da desumanização das relações de trabalho tem levado os profissionais ao adoecimento. 

De acordo com dados divulgados pela da Contraf- CUT, o ramo financeiro é responsável por índices alarmantes de afastamentos de atividades profissionais por problemas de saúde mental. Nos últimos cinco anos, o número cresceu, chegando a 26,2%. Em 2020, aproximadamente 20 mil bancários foram afastados, segundo dados do INSS. O distanciamento de atividades profissionais causadas por transtornos mentais e comportamentais - como stress, depressão, síndrome do pânico - corresponderam a 55% em 2021. 

As denúncias recentes de assédio moral e sexual atribuídas ao ex-presidente da CAIXA trouxeram para o centro do debate público a necessidade de combater a prática tão comum nos locais de trabalho. “Sabemos que não foi um caso isolado, que acontece mais do que imaginamos, por isso defendo que as denúncias sejam investigadas e apuradas e os envolvidos punidos”, afirmou Rita Serrano. “Além de responsabilizar os culpados, precisamos aprimorar os mecanismos de denúncias e avançar na conscientização para acabar com casos de assédio, seja moral ou sexual”, completou. 

Outro ponto de atenção é que apesar de a categoria ser majoritariamente composta por mulheres, isso não se reflete na paridade de gênero em cargos de liderança. É necessário avançar debate de equidade bem como no de raça, já que negros e negras representam apenas 3% da categoria. 

A melhora nas condições de trabalho dos bancários também está ligada à ampliação de representação e de direitos. “Os conselhos de administração, por exemplo, precisam garantir maior representatividade dos trabalhadores. Precisamos lutar para ampliar nossa participação. Ninguém melhor que o trabalhador para defender os interesses da empresa em que trabalha”, defendeu a Rita. 

Dia histórico construído na luta 

O dia 28 de agosto é carregado de muita história. Sua origem data de 1951, quando houve a primeira greve geral no âmbito do sistema financeiro. 

O movimento realizado em 1951, assegurou conquistas salariais e sociais e fez surgir sindicatos de bancários em vários pontos do país, ampliando as entidades de representação da categoria. 

Nesta época, os empregados da CAIXA eram proibidos pelas leis da ditadura de se organizar em entidades de classe. Foi então que outra grande mobilização, a primeira greve nacional, em 1985,  dos então “economiários” que os trabalhadores do banco estatal passaram a ser bancários, com direito a se associar ao sindicato.

O fortalecimento da estrutura sindical garantiu, anos mais tarde, em 1992, a criação da Convenção Coletiva Nacional de Trabalho (CCT), uma conquista histórica que se tornou referência para a classe trabalhadora. “Relembrar a história do dia do Bancário nos dá esperança de que organizados, podemos reconquistar  ampliar direitos e amplificar o orgulho de ser bancário”, finaliza Rita Serrano.