Encontro discutiu casos da Caixa, Correios, Eletrobras e empresas de saneamento (Saneago) e elétrica de Goiás (CELG)
A audiência pública virtual sobre privatizações na Câmara Municipal de Goiânia, realizada ontem (28) abordou os principais impactos da venda de empresas públicas na vida dos brasileiros. Promovido pelo vereador Mauro Rubem (PT), o evento destacou casos de tentativas de privatização na Caixa, Correios, Eletrobras e as empresas de Goiás Companhia Saneamento de Goiás S/A (Saneago) e Central Elétrica de Goiás Geração e Transmissão (CELG/GT).
O encontro teve como participantes a coordenadora do comitê nacional em defesa das empresas públicas e representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano; o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto; o diretor de Formação da Fenae, Jair Ferreira; a diretora de Assuntos para Aposentados e Pensionistas, Vera Leão; o presidente da Apcef/GO, João Fortunato, e o presidente da Associação dos Gerentes da Caixa Econômica Federal (Agecef) do estado de Goiás, Lindonjonson Oliveira, além de representantes dos Correios, Eletrobrás e serviço público, entre outros.
Para Rita Serrano os processos de privatização das estatais estão na contramão do mundo. “Enquanto no Brasil se fala que privatizar é moderno, que os custos dos serviços públicos são altos, o mundo está fazendo o contrário. Estamos na contramão em todos os sentidos, seja no respeito ao patrimônio público ou aos servidores”, afirmou, citando o livro ´O Futuro é Público´, traduzido pelo Comitê e Fenae a partir de estudo do Transnational Institute (TNI) e que elenca mais de 1.400 casos bem-sucedidos de reestatização em mais de 2.400 cidades de 58 países ao redor do mundo – confira íntegra - O Futuro é Público.
Já o presidente da Fenae destacou que o “roteiro” do governo para privatizar as estatais é o mesmo - esvaziar os serviços públicos: na área habitacional, informou, o governo cortou 98% dos recursos destinados à Faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida (atual Casa Verde e Amarela), que atendia famílias com renda de até R$ 1.800,00. De R$ 1,5 bilhão previsto para 2021, o valor a ser repassado será de somente R$ 27 milhões - R$ 1,5 bilhão a menos.
Outra política social que o governo tenta reduzir na Caixa é o Financiamento Estudantil (Fies). Até 2014, a Caixa financiou 732 mil bolsas de estudo; em 2021 serão somente 93 mil bolsas. Jair Ferreira, diretor de Formação da Fenae, também questionou qual empresa privada vai oferecer tais serviços públicos para a população, quando só visam o lucro.
Confira mais sobre a participação de Rita Serrano no encontro: