Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas promoveu reunião para adoção de estratégias de esclarecimento a parlamentares e sociedade; grupo já conversou com o senador Paulo Rocha (PT/PA) e prossegue trabalhos nesta quarta, 4

O Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas deu início ontem, 3, a um circuito de ações no Congresso Nacional para combate às privatizações. Participaram representantes dos trabalhadores da Caixa, CBTU, Furnas, Embrapa, Banco do Brasil, Eletrobrás, Transpetro e Codevasf, entre outras entidades que integram o comitê.

Uma reunião foi realizada para avaliar e definir ações e estratégias para valorização das estatais e seus funcionários, hoje sob ataque do governo Bolsonaro, que vem promovendo a venda de subsidiárias, redução de pessoal e precarização do atendimento à população. Os integrantes do comitê também começaram as visitas a parlamentares para esclarecer sobre a situação e buscar apoio.

O primeiro encontro do grupo foi com o senador Paulo Rocha (PT/PA), líder do Bloco Parlamentar da Resistência Democrática, com excelente receptividade. “O senador afirmou que vai dialogar com a bancada sobre nossas preocupações, reforçando que estão comprometidos com a luta contra a privatização e as demais medidas nefastas que afetam os trabalhadores, como a MP 905”, afirmou a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, que também é coordenadora do comitê.

Rita entregou a Rocha a cartilha “Empresas Públicas: fakes e fatos”, publicação produzida pelo comitê que derruba 10 mitos veiculados contra as empresas públicas. Na avaliação da conselheira as atividades iniciais foram muito produtivas. Embora as lideranças partidárias no Congresso estivessem em reunião de bancada, por conta do retorno pós Carnaval, foi possível, junto aos demais integrantes do comitê, “partilhar experiências e relatos sobre o desmantelamento que o governo está promovendo e a necessidade de ações junto à sociedade, com unificação da comunicação e estratégia conjunta com centrais e movimentos”, além de iniciar as conversações com os políticos.

As ações no Congresso prosseguem até dia 5. Nesta quarta (4), a partir das 9h, novo encontro marca a organização contra a votação da MP 905, prevista para acontecer às 10h em comissão do Senado. Às 14h30 acontece plenária na sala da liderança das minorias na Câmara Federal, mantendo a pauta do combate às privatizações. “Queremos fazer até quinta um verdadeiro corpo-a-corpo no Congresso. Não podemos esquecer que nossa mobilização durante 9 meses nas duas Casas foi essencial para barrar o texto original do PLS 555 e evitar a privatização de todas as empresas públicas. Então é fundamental aumentar a pressão, dialogar e esclarecer sobre os graves riscos da privatização para a soberania do País e os prejuízos para a qualidade de vida dos brasileiros”, destacou Rita.

Outros representantes de empregados em CAs também participam das ações, como é o caso do recém-eleito conselheiro da Transpetro, Homero Pontes. "O governo diz que não vai privatizar a empresa, mas já vendeu a distribuidora e está privatizando outras operações”, avaliou. Já para o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) Marcus Vinícius Sidoruk Vidal, o atual governo despreza o papel estratégico e fundamental das estatais para o País. Representante dos trabalhadores do setor elétrico, Íkaro Chaves lembrou a luta da categoria para evitar a privatização da Eletrobrás, que já tramita no Congresso desde 2017. Para ele, a privatização da empresa "vai impactar no emprego com demissões em massa, além de causar aumento nas tarifas de energia", prejudicando a todos os brasileiros.