A histórica 22ª Conferência Nacional dos Bancários, a primeira realizada por videoconferência, foi encerrada na noite do último sábado (18) após série de debates que culminou com a definição de uma minuta de reivindicações e do plano de lutas da categoria, que agora deverá dar seu aval em assembleias pelo Brasil. A campanha nacional é unificada entre trabalhadores de bancos privados e públicos, apesar de alguns itens resultarem em reivindicações específicas.
Após a aprovação pelas assembleias, a minuta deverá ser apresentada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na quinta-feira (23), às 14h30. Os delegados presentes à conferência aprovaram a reivindicação de reajuste de inflação mais 5% de aumento real nos salários e todas as cláusulas econômicas. Além disso, a inclusão de uma cláusula para regular o trabalho home office, que não pode ser imposto pelo banco, para estabelecer, entre outras coisas, que os custos do teletrabalho sejam arcados pelos empregadores, assim como o fornecimento para os equipamentos de trabalho e ergonômicos.
A cláusula também proíbe que sejam retirados direitos dos trabalhadores que cumprirem suas funções em suas casas, exceção feita ao vale-transporte/combustível, que deve ser fornecido com valor proporcional aos dias de comparecimento do trabalhador no banco, definindo que estes tenham de realizar suas atividades no próprio local de trabalho, pelo menos uma vez por semana. A Conferência também aprovou uma proposta para que seja feita atualização da cláusula que trata sobre a estabelecimento e a cobrança as metas pelos bancos, vez que um dos eixos da campanha será a luta pela saúde e melhores condições de trabalho para a categoria.
Prioridade - A campanha terá como prioridade a manutenção dos empregos e dos direitos, a defesa dos bancos públicos e o reajuste do valor da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) pelo mesmo índice da campanha. E as demais cláusulas hoje presentes na CCT foram mantidas na minuta de reivindicações.
Moções - Os delegados também aprovaram cinco moções. Uma em solidariedade às famílias das vítimas do Covid-19; uma contra o racismo estrutural e pelo fim da violência policial; uma de repúdio ao Banco Santander e uma de apoio ao meio ambiente, aos povos indígenas e aos quilombolas.
Resoluções - Também foram aprovadas três resoluções. Uma em defesa dos bancos públicos; uma para conclamar dirigentes e militantes sindicais a realizar um efetivo engajamento nas eleições 2020 e uma pelo Fora, Bolsonaro!
Outros debates que marcaram o encontro foram o uso das redes sociais, tendências do sistema financeiro, o sistema tributário no combate à fome e à miséria e a necessidade de atuação ativa do Estado para a recuperação econômica.
A abertura da conferência contou coma presença de Lula, do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, do governador do Maranhão Flávio Dino, e de Guilherme Boulos, do MTST. Vários parlamentares também enviaram vídeos de apoio à categoria.
Caixa – A pauta específica dos empregados da Caixa foi definida no 36º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado de forma virtual no último dia 11. A defesa do banco e melhores condições de vida e trabalho para seus empregados pautaram o congresso, que se desenvolveu em três eixos: o da Defesa da Vida, da Saúde e dos Direitos.
No primeiro deles a discussão incluiu como subitens a Democracia, as Empresas Públicas, Bancos Públicos e Defesa da Caixa 100% Pública. Em Saúde, especificamente Funcef, Saúde Caixa e Saúde e Condições de Trabalho. E em Direitos a convenção e acordo coletivos de trabalho, além das contratações.
O 36º Conecef teve como lema “A distância não nos limita”, em referência ao cenário digital que se sobrepõe com a pandemia. A campanha também deverá desenvolver peças voltadas mais diretamente a esse novo modelo, mas a necessidade de mobilização e engajamento permanece a mesma para que o desfecho da campanha seja positivo.