O ódio ou aversão às mulheres se revela em agressões físicas e emocionais. Aparece em todos os segmentos sociais e nos espaços de poder.

 

Rita Serrano

A divulgação recente da pesquisa sobre violência contra a mulher no Brasil trouxe dados alarmantes que evidenciam um cenário de crescente violência de gênero. Em 2023, o país registrou um aumento significativo no número de feminicídios e uma taxa assustadora de um estupro a cada seis minutos, conforme destacado no Anuário de Segurança Pública. Esses números chocam e exigem uma reflexão profunda e ações efetivas de toda a sociedade.

A pesquisa revelou que, em 2023, o Brasil bateu recordes de feminicídios, com uma média de uma mulher assassinada a cada sete horas. Além disso, o índice de estupros aumentou, destacando-se que muitas dessas vítimas são mulheres jovens e vulneráveis. O aumento dos casos de violência doméstica também foi significativo, demonstrando que o lar, muitas vezes, é um ambiente de perigo para as mulheres.

Esses dados são um reflexo de uma cultura de dominação e violência que permeia diversos aspectos da sociedade brasileira, desde o ambiente familiar até as esferas políticas e empresariais. A violência contra a mulher não se restringe apenas à agressão física; ela também se manifesta na disputa por espaços de poder, onde as mulheres enfrentam desafios diários para serem reconhecidas e respeitadas.

É imprescindível que a sociedade, juntamente com os poderes públicos, tome medidas concretas para combater essa prática nefasta. Isso inclui não apenas a implementação de políticas públicas eficazes, mas também uma mudança cultural que combate a misoginia. A educação é uma ferramenta fundamental nesse processo, pois é através dela que podemos desconstruir estereótipos de gênero e promover a igualdade.

A Violência na disputa por espaços de Poder

Outro aspecto crucial que merece atenção é a violência simbólica e institucional que as mulheres enfrentam na disputa por espaços de poder. No Brasil, ainda prevalece uma cultura machista que dificulta a ascensão feminina em cargos de liderança, seja na política, nas empresas ou em outras organizações. As mulheres que ousam ocupar esses espaços frequentemente enfrentam preconceitos, discriminações e até mesmo assédio moral e sexual, não raro com exposição pública.

O combate a essa forma de violência passa pela promoção do empoderamento feminino e pela criação de ambientes mais inclusivos e igualitários. É fundamental que as organizações e o ambiente político se comprometam com a diversidade e a igualdade de gênero, adotando políticas que incentivem a participação das mulheres em todos os níveis hierárquicos.

A luta contra a violência de gênero deve ser prioridade para toda a sociedade.  Somente através de um esforço coletivo e contínuo poderemos construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde mulheres, homens e crianças possam viver em paz.